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Foto do escritorDeivis R Tavares

Aprendendo a Caminhar: Metáfora da Jornada de Aprendizado e Busca pela Excelência

Atualizado: 21 de ago.

Este artigo explora a METÁFORA DO APRENDIZADO de caminhar como um paralelo à JORNADA DE APRENDIZADO e busca pela EXCELÊNCIA. Discutiremos a teoria das 10 mil horas popularizada por Malcolm Gladwell e a prática deliberada de K. Anders Ericsson. Também analisaremos o conceito de GARRA de Angela Duckworth, que combina PAIXÃO e PERSECERANÇA como chaves para o SUCESSO.


Ao refletir sobre o número de quedas que um bebê experimenta ao aprender a andar, enfatizamos a importância da RESILIÊNCIA e da prática constante para alcançar grandes objetivos.


Fabiane ensinando Amanda Criscuoli a andar em Porto Alegre
[Fabiane ensinando Amanda Criscuoli a andar - Porto Alegre/RS - Acervo Particular]

O processo de aprender a caminhar é um dos marcos mais significativos e fascinantes no desenvolvimento de um ser humano. Esse caminho, repleto de quedas e levantadas, é uma metáfora poderosa para qualquer JORNADA DE APRENDIZADO e BUSCA PELA EXCELÊNCIA. 


A JORNADA DO APRENDIZADO ATRAVÉS DA PRÁTICA DELIBERADA E DO DESENVOLVIMENTO DA GARRA

Para acompanhar esta metáfora aparentemente simples, quero enriquecer com algumas visões importantes:


A primeira, está relacionada com a teoria das 10 mil horas de PRÁTICA DELIBERADA, que foi popularizada por Malcolm Gladwell em seu livro “Fora de Série: Outliers”. 


Capa do Livro: "Fora de Séris - Outliers" de Malcolm Gladwell

Embora Gladwell não seja o autor deste estudo, foi através do enorme sucesso de seu livro que a mesma se tornou bastante conhecida. “Fora de Série é um livro incrível que convida o leitor a repensar o conceito de SUCESSO e a reconhecer a complexa interação de fatores que contribuem para a REALIZAÇÃO INDIVIDUAL. 


Recomendo a leitura deste livro para quem busca:

  • Uma nova perspectiva sobre o sucesso e a trajetória individual;

  • Uma compreensão mais profunda das desigualdades sociais;

  • Inspiração para superar desafios e alcançar seus objetivos.


Ou seja, tudo a ver com o conteúdo que abordamos por aqui. 


Mas lembre-se, o SUCESSO é uma jornada complexa e multifacetada. Fora de Série oferece apenas um olhar sobre essa jornada, mas um olhar que certamente te fará pensar e repensar suas CRENÇAS sobre o que significa ser bem-sucedido e sobre como atingir níveis extraordinários de HABILIDADE e COMPETÊNCIA em qualquer área. 


TEORIA DA PRÁTICA DELIBERADA

A teoria da PRÁTICA DELIBERADA foi desenvolvida por K. Anders Ericsson, um psicólogo sueco especialista em excelência humana. Ela propõe que a REPETIÇÃO DELIBERADA e FOCADA é a chave para o DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES COMPLEXAS e o alcance da MAESTRIA em qualquer área.


A pesquisa original de K. Anders Ericsson, Ralf Th. Krampe e Clemens Tesch-Römer, publicada em 1993 no estudo "The Role of Deliberate Practice in the Acquisition of Expert Performance", sugeriu que o nível de habilidade em qualquer campo está mais relacionado com a quantidade de PRÁTICA DELIBERADA do que com o talento inato. 


[Para ler em tela cheia, clique no ícone com "X" no canto superior direito]


Em contraste com a PRÁTICA INGÊNUA, que se baseia na repetição passiva de tarefas já dominadas, a PRÁTICA DELIBERADA envolve:

  • ESTABELECER METAS CLARAS E DEFINIDAS: O praticante deve ter em mente o que deseja alcançar e quais aspectos da habilidade precisa aprimorar.

  • DIVIDIR A HABILIDADE EM PARTES MENORES: A prática deve focar em elementos específicos da habilidade, permitindo um aprendizado mais preciso e direcionado.

  • BUSCAR FEEDBACK CONSTANTE: Receber e analisar o feedback de especialistas ou pares é crucial para identificar erros e áreas de melhoria.

  • SAIR DA ZONA DE CONFORTO: A PRÁTICA DELIBERADA exige que o praticante se desafie constantemente, buscando superar seus limites e aprender com os erros.

  • MANTER A CONCENTRAÇÃO E O FOCO: A prática deve ser realizada com atenção plena e dedicação, sem distrações.

  • PRATICAR COM REGULARIDADE: A consistência é fundamental para o progresso. Estabelecer uma rotina de prática e dedicar-se a ela é essencial.


Ericsson e seus colaboradores realizaram diversos estudos que comprovam a efetividade da PRÁTICA DELIBERADA. Um exemplo famoso é o estudo com violinistas, onde foi demonstrado que os músicos que praticavam de forma deliberada durante mais horas ao longo de sua carreira alcançaram um nível de performance significativamente superior àqueles que praticavam menos ou de forma menos focada. Eles observaram que violinistas de elite no conservatório de música de Berlim tinham acumulado aproximadamente 10 mil horas de prática ao atingirem os vinte anos de idade, enquanto músicos menos talentosos tinham praticado significativamente menos.


Inclusive no livro “Fora de Série” do Malcolm Gladwell, ele cita este estudo.


A teoria da PRÁTICA DELIBERADA tem sido aplicada em diversas áreas, como música, esportes, educação e negócios, com resultados consistentes. Ela demonstra que, com ESFORÇO DEDICADO E UMA ABORDAGEM ESTRATÉGICA, qualquer pessoa pode alcançar um ALTO NÍVEL DE DESEMPENHO em qualquer habilidade que deseje desenvolver.


Vale ressaltar que a PRÁTICA DELIBERADA não é um processo fácil ou rápido. Requer DISCIPLINA, PERSISTÊNCIA e a CAPACIDADE de LIDAR COM FRUSTRAÇÕES. 

PRÁTICA DELIBERADA portanto, é uma prática ESTRUTURADA, focada em melhorar pontos fracos específicos, com FEEDBACK constante e METAS progressivas.


No entanto, é importante considerar algumas nuances:

  1. QUALIDADE DA PRÁTICA: Não é apenas a quantidade de horas que importa, mas a qualidade da prática. PRÁTICA DELIBERADA, com foco e esforço direcionado, é crucial.

  2. CONTEXTO E APOIO: O ambiente, o acesso a recursos, a orientação de mentores e treinadores, e o apoio social também desempenham papéis significativos no desenvolvimento de habilidades.

  3. VARIAÇÃO INDIVIDUAL: A capacidade de cada pessoa para melhorar com a prática pode variar. Fatores como motivação, interesse e características cognitivas também influenciam.


No entanto, os resultados a longo prazo são recompensadores e podem levar à conquista de OBJETIVOS AMBICIOSOS e à realização de grande parte dos seus SONHOS.


DESENVOLVIMENTO DA GARRA

Capa do Livro: "Garra" de Angela Duckworth

Complementando essa visão, Angela Duckworth, em seu livro "Garra: O Poder da Paixão e da Perseverança", nos mostra como a combinação de PAIXÃO e PERSEVERANÇA é essencial para o SUCESSO.


Imagine um bebê que está começando a explorar o mundo ao seu redor. Antes mesmo de dar seus primeiros passos, ele passa por uma série de estágios: rolar, sentar, engatinhar, até finalmente se levantar. 


Cada tentativa de ficar de pé e caminhar é acompanhada por inúmeras quedas. 


Essa persistência e determinação são fundamentais para o desenvolvimento da marcha. É através dessas quedas e levantadas constantes que a criança fortalece seus músculos, melhora seu equilíbrio e adquire a coordenação necessária para andar com CONFIANÇA.


Essa jornada inicial do bebê nos remete diretamente à teoria das 10 mil horas e ao desenvolvimento da Garra.


Anders Ericsson e seus colegas descobriram que o DESEMPENHO EXCEPCIONAL não é meramente uma questão de talento inato, mas sim o resultado de PRÁTICA DELIBERADA e PERSISTENTE. Assim como o bebê que precisa de centenas de horas de prática e numerosas quedas para aprender a caminhar, qualquer pessoa que busca excelência em um campo específico deve dedicar milhares de horas de prática intencional e focada.


A PRÁTICA DELIBERADA não se trata apenas de repetir uma tarefa inúmeras vezes. Envolve IDENTIFICAR FRAQUEZAS, ESTABELECER METAS DESAFIADORAS, BUSCAR FEEDBACK CONSTANTE e AJUSTAR ESTRATÉGIAS conforme necessário.


Essa abordagem ESTRUTURADA e CONSCIENTE da prática é o que distingue a mera repetição do verdadeiro aperfeiçoamento de habilidades.

Angela Duckworth, em "Garra", reforça que além da PRÁTICA DELIBERADA, a combinação de PAIXÃO e PERSEVERANÇA – o que ela chama de "GRIT" – é crucial para o sucesso.


Segundo Duckworth, a GARRA é composta por quatro elementos:

  1. INTERESSE: Ter uma profunda curiosidade e entusiasmo pelo que se faz é essencial. A paixão mantém a motivação em alta ao longo do tempo.

  2. PRÁTICA: A PRÁTICA DELIBERADA, com um foco contínuo na melhoria, é vital. Assim como o bebê que cai e se levanta repetidamente, a prática constante leva ao aperfeiçoamento.

  3. PROPÓSITO: Enxergar o trabalho como algo significativo e maior do que si mesmo proporciona um senso de propósito que sustenta a paixão e a perseverança.

  4. ESPERANÇA: A RESILIÊNCIA e a capacidade de superar fracassos e desafios com uma atitude positiva são fundamentais. É a esperança que nos faz continuar tentando, mesmo após inúmeras quedas.


Tomemos como exemplo músicos, atletas ou empreendedores de sucesso e porque não pais e mães que criaram filhos incríveis. O violinista que se torna um virtuoso, o atleta olímpico que alcança o pódio, o empreendedor que criou produtos ou empresas notáveis, todos eles têm em comum a DEDICAÇÃO INTENSA e DISCIPLINADA à PRÁTICA DELIBERADA. Eles não apenas praticam; eles praticam com um propósito claro e específico, constantemente empurrando seus limites. Eles também possuem uma PAIXÃO profunda pelo que fazem e uma PERSEVERANÇA inabalável diante dos desafios.


SERÁ QUE EU NÃO ESTOU “PARANDO, DEIXANDO DE TENTAR” ANTES DO TEMPO?

Voltando à nossa metáfora inicial, a criança que aprende a caminhar e o adulto que busca a maestria compartilham a mesma essência de PERSOSTÊNCIA e APERFEIÇOAMENTO contínuo.


Ambos demonstram que o caminho para a excelência é pavimentado por uma combinação de ESFORÇO INCANSÁVEL, PRÁTICA DIRECIONADA e uma CAPACIDADE inata DE SE LEVANTAR APÓS CADA QUEDA.


Angela Duckworth nos lembra que é a GARRA – a PAIXÃO e a PERSEVERANÇA combinadas – que nos impulsiona a continuar, a melhorar e a alcançar nossos objetivos mais ambiciosos.


Aprender a caminhar é um processo complexo e gradual para os bebês, que envolve muitos estágios de desenvolvimento motor. Embora não exista um número exato e universal, estima-se que uma criança caia centenas de vezes antes de dominar a habilidade de caminhar.


Quero trazer um número, que embora seja aproximado e desafiador na sua exatidão é extremamente importante no nosso contexto:


QUANTAS VEZES É PRECISO CAIR PARA APRENDER A ANDAR?

Sempre me perguntei quantas vezes um bebê cai e levanta até aprender a andar!

[Amanda Criscuoli Tavares aprendendo a caminhar - Acervo Pessoal]


Existem estudos científicos que investigam o processo de aprendizagem da marcha em bebês, mas encontrar um número médio exato de quedas é desafiador devido à variabilidade individual. Porém achei um estudo interessante que oferece alguns insights valiosos sobre esse tema.


Adolph, K. E., Tamis-LeMonda, C. S., Ishak, S., Karasik, L. B., & Lobo, S. A. (2012). "How Do You Learn to Walk? Thousands of Steps and Dozens of Falls Per Day." Psychological Science, 23(11), 1387-1394.

[Para ler em tela cheia, clique no ícone com "X" no canto superior direito]



Esse estudo observa o comportamento de crianças durante o processo de aprendizagem da marcha e concluiu que, em média, um bebê que está aprendendo a andar pode cair até DEZESSETE VEZES POR HORA


Considerando que um bebê pode praticar a marcha por várias horas ao dia, isso se traduz em MUITAS quedas diárias.


Assim não há um número fixo e universalmente aceito de quantas vezes um bebê cai antes de aprender a caminhar, e como isto ainda não era suficiente para o meu raciocínio, aprofundei um pouco mais para buscar um número aproximado total.


Para responder quantas horas, em média, um bebê precisa para aprender a andar, é útil entender que o processo de aprendizagem da marcha geralmente se estende ao longo de vários meses. Bebês tipicamente começam a dar seus primeiros passos por volta dos doze meses de idade, mas a prática da marcha pode começar antes, com tentativas de ficar em pé e passos vacilantes.


A maioria das crianças DOMINA a caminhada entre os 14 e os 18 meses.

Se considerarmos uma média de 17 quedas por hora, e levando em conta que um bebê pode praticar a caminhada por aproximadamente 2 a 3 horas por dia, podemos fazer algumas estimativas. 


No estudo, os pesquisadores, para chegar à estimativa de quedas totais, consideraram os seguintes fatores:

  1. NÚMERO MÉDIO DE QUEDAS POR HORA: 17 quedas.

  2. HORAS DE PRÁTICA POR DIA: Estima-se que bebês ativos praticam caminhar por cerca de 3 a 6 horas por dia.

  3. NÚMERO DE DIAS NECESSÁRIO PARA APRENDER A CAMINHAR: Aproximadamente 270 dias, ou 9 meses, é uma média razoável baseada em observações típicas do tempo que leva para bebês começarem a andar com confiança após os primeiros passos.


Então, o cálculo é:

  • No cenário de prática mínima (3 horas por dia):

  • 17 quedas/hora 3 horas/dia 270 dias = 13.770 QUEDAS

  • No cenário de prática máxima (6 horas por dia):

  • 17 quedas/hora 6 horas/dia 270 dias = 27.540 QUEDAS


Vamos corrigir a abordagem para refletir uma média mais realista com base em uma distribuição menos intensa de quedas e horas de prática:


  • Se o bebê pratica em média 2 a 4 horas por dia, a estimativa pode ser mais baixa:

  • 17 quedas/hora 2 horas/dia 270 dias = 9.180 QUEDAS

  • 17 quedas/hora 4 horas/dia 270 dias = 18.360 QUEDAS


IMPORTANTE: Esse cálculo é uma aproximação baseada em observações médias e pode variar amplamente dependendo do bebê e do ambiente de aprendizado.


Porém mesmo com variações na prática, o número de quedas é muito significativo. 


PARA UM BEBÊ APRENDER A ANDAR ELE TERÁ ENTRE 9.180 A 27.540 QUEDAS AO LONGO DE +- 9 MESES DE APRENDIZADO!

 

EU “NÃO CONSIGO”!!

Acompanhando atletas amadores e profissionais, escaladores e escaladoras, pais, mães, empresários, todos diante de desafios ligeiramente maior que o habitual, geralmente apresentam esta expressão absolutamente BLOQUEADORA: EU NÃO CONSIGO!!


Inúmeras vezes quando vejo um escalador tentando um movimento coordenado  (movimento que requer uma série de movimentos corporais coordenativos para a execução e se chegar ao top do Boulder - movimento este relativamente novo nas competições e treinos em ginásios) no muro de treinamento, ou uma via em rocha com um grau de dificuldade ou um movimento mais complexo que o habitual, já na terceira ou quarta tentativa começam um processo mental de desistência baseado no “EU NÃO CONSIGO!”



AGORA REFLITA UM POUCO SOBRE SUA VIDA E SUAS ATITUDES…


  • Quantas vezes você desistiu “no começo do processo de aprendizado”?

  • Quantas coisas você poderia ter realizado, se tivesse insistido mais, tentado mais?

  • Quantos projetos, sonhos e desejos ficaram para trás por ter desistido tão precocemente?


SE VOCÊ, QUANDO CRIANÇA, CAIU ENTRE 9.000 E 27.000 VEZES PARA APRENDER A ANDAR, PORQUE VOCÊ ACHA QUE DEVE DESISTIR NA 3 OU 4 TENTATIVA NAQUILO QUE ESTÁ TE DESAFIANDO?

ME PARECE QUE, CADA VEZ MAIS, CRESCER E EVOLUIR, PASSA PROFUNDAMENTE PELO PROCESSO DE REENCONTRO COM A NOSSA CRIANÇA INTERIOR, NÃO ACHA?


 

RESILIÊNCIA 

A palavra que melhor define o processo de cair e levantar repetidamente até conseguir o que se deseja, na minha opinião, é “RESILIÊNCIA.”


Capa do livro: "O poder da resiliência: Princípios da neurociência para desenvolver uma fonte de calma, força e felicidade em sua vida"

RESILIÊNCIA é a capacidade de se recuperar rapidamente de dificuldades, de perseverar diante dos desafios e de continuar avançando apesar dos obstáculos. Ela envolve tanto a resistência mental quanto a determinação em alcançar um objetivo, mesmo quando confrontado com falhas e quedas. Ela é fundamental para o aprendizado e o crescimento, pois permite que uma pessoa mantenha o foco e a motivação, superando as adversidades no caminho para o sucesso.





Então, quer você esteja guiando uma criança nos seus primeiros passos ou embarcando em sua própria jornada de aperfeiçoamento pessoal, lembre-se: a EXCELÊNCIA é alcançada passo a passo, queda após queda, hora após hora. O caminho pode ser longo e desafiador, mas cada momento de PRÁTICA DELIBERADA e cada centelha de paixão nos aproxima mais de nossos objetivos e sonhos.



 

FONTES DESTA PUBLICAÇÃO

LIVROS

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